Quem faz Gastrectomia Vertical pode reganhar peso?
Esta é uma pergunta frequente. Todo paciente que se submete a uma cirurgia bariátrica não quer e tem medo de ganhar peso novamente. Qual o risco de isso ocorrer após uma gastrectomia vertical?
Antes de mais nada, é preciso lembrar que obesidade é uma doença multifatorial. Ou seja, fatores genéticos e comportamentais (relacionados ao hábito alimentar e estilo de vida) estão envolvidos. Desta forma, qualquer que tenha sido o tratamento inicial (clinico, cirúrgico ou endoscópico), existe o risco de recidiva (recuperação de parte do peso perdido) relacionado a predisposições individuais e a mudanças ou não que cada um faz dos seus hábitos após a cirurgia.
Mas para responder especificamente sobre a Gastrectomia Vertical, pesquisadores da Universidade de Roma1 conduziram um estudo no qual foram avaliados 182 pacientes submetidos a essa técnica e acompanhados por 10 anos e que foi publicado no início do mês de julho.
O primeiro dado do estudo foi que após 10 anos 77% dos pacientes continuavam em acompanhamento, o que é considerado um bom índice e dá credibilidade ao estudo. Como se sabe, o acompanhamento pós-operatório é fundamental para o sucesso de longo prazo do tratamento. Após 10 anos, a perda de peso média dos pacientes que continuaram em acompanhamento foi de 30,9%. Ou seja, para quem pesava 100 kg no momento da cirurgia, esperava-se um peso após 10 anos de 69 a 70 Kg. Esse pode ser considerado um resultado muito bom, embora alguns pacientes com essa perda de peso, possam não estar magros, dependendo da sua altura.
Desse mesmo grupo, 10,4% dos pacientes tiveram uma recuperação de peso que foi considerada mais significativa, ou seja, recuperaram mais do que 25% do total do peso perdido. Por exemplo, um paciente que tinha 100 Kg no momento da cirurgia e que tenha chegado aos 60 Kg (perdeu 40 Kg), recuperando 15 Kg com o passar dos anos (37,5% do peso que perdeu) e hoje esteja com 75 Kg.
Portanto o índice de pacientes que reganharam um peso considerado expressivo depois da cirurgia foi de 10,4 %. Para esses pacientes, há recursos de intervenção nutricional, medicamentosa ou mesmo cirúrgica que podem auxilia-lo a voltar ao peso mínimo obtido depois da cirurgia.
- Castagneto GL et al. Surg Obes Relat Dis 2018 July 2